domingo, 8 de junho de 2008

PAPA CULPA MÍDIA


ROMA (Reuters) - O papa Bento 16 acusou, na sexta-feira, os meios de comunicação e a indústria do entretenimento de prejudicarem a sociedade ao retratarem a sexualidade de forma trivial, o que, segundo o pontífice, estaria entre as causas de males sociais como a prostituição e a pedofilia.
O papa deu essas declarações durante um pronunciamento feito diante de bispos da Tailândia, que, nas palavras dele, estavam particularmente preocupados com o tráfico de mulheres e de crianças bem como com a prostituição.
"Sem dúvida, a pobreza é um fator subjacente a esses fenômenos", disse Bento 16, que nasceu na Alemanha.
"Mas há um outro aspecto que precisamos reconhecer. Estou me referindo à trivialização da sexualidade nos meios de comunicação e na indústria do entretenimento, o que alimenta o declínio dos valores morais."
Segundo o papa, a forma como os meios de comunicação apresentavam a sexualidade também alimentava a "degradação das mulheres, a fragilização da fidelidade no casamento e até mesmo o abuso sexual de crianças."
(Por Phil Stewart)
Disponível em: www.yahoo.com.br 16/05/08
Comentário do Grupo:
Bem....essa notícia já saiu a algum tempo mas agora decidimos postar devido concluírmos que algo deste fator não deveria ficar sem nossas observações como futuras profissionais da mídia.
O Papa Bento 16 fez uma acusação séria e nesse processo disvirtuou muito o que a mídia faz em relação a sexualidade, concordamos que o sexo está sendo explorado pelos meios de comunicação e entretenimento de forma explícita demais e que às vezes chega a agredir nossa sensibilidade mas o telespectador tem sempre uma opção assistir ou não assistir. E não se deve culpar a mídia por todos os males de uma sociedade, pois essa mesma mídia só reproduz o que essa sociedade é, e isso é um fato!
Mas é um absurdo o Papa, homem culto, conhecedor da história da Igreja Católica Apostólica Romana fazer um pronunciamento deste nível e esquecer que os grandes relatos de pedofilia vem de dentro da Igreja e que essa mesma Igreja contribuiu e muito ao longo dos tempos com a degradação da mulher com suas visões arcaicas. E agora colocar a culpa na mídia!
Caro pontífice, gostariamos que reconsidera-se suas palavras e observa-se de onde realmente o mal vem, de dentro do coração impuro dos homens que estão espalhados por diversos campos da sociedade.

domingo, 1 de junho de 2008

A NOVELEIRA DO SÍLVIO


Na madrugada de domingo para segunda passada, Íris Abravanel levou uma bronca do marido, Silvio Santos. O empresário e apresentador não pegava no sono, pois a mulher estava trabalhando na cama, com o computador ligado. "Sempre que tenho meus surtos criativos, o Silvio reclama: ‘Por que você ainda está acordada? Apaga a luz e vem dormir’.", conta Íris. Nos últimos meses, essas noites insones viraram rotina. A razão é que Íris, de 59 anos, anda se aventurando numa seara inédita: a profissão de noveleira. A senhora Silvio Santos é a autora do próximo folhetim do SBT. Com estréia prevista para o fim de junho, Revelação é uma aposta para reverter a crise de ibope que levou a emissora do marido a perder a vice-liderança de audiência no país para a Record. É, ainda, a primeira novela do SBT com texto nacional em nove anos, já que Silvio acaba de encerrar a parceria que o obrigava a só produzir os melodramas mexicanos da rede Televisa (para tanto, pagou antecipadamente os direitos previstos no contrato, que vai até 2009). "O público não agüentava mais as novelas mexicanas", diz Íris. Evangélica, ela decidiu então que era a hora de sair a campo "com fé" para salvar a pátria. "Quando vi a dificuldade de achar bons autores, perguntei a meu marido se eu mesma não podia resolver o problema", diz. Diante da resposta positiva, Íris lhe fez uma indagação prática: "Por onde começo?".
Com custo de 70.000 dólares por capítulo, Revelação é uma novela ambiciosa para os padrões do SBT. Para gravá-la, a emissora reformou a cidade cenográfica de sua sede, em São Paulo. As locações incluem também uma fazenda e uma segunda cidade cenográfica no interior paulista. Além disso, seqüências com o par romântico interpretado pelos atores Sérgio Abreu e Tainá Müller foram gravadas em Portugal e na Espanha. Silvio, no entanto, demorou a se convencer de que a empreitada vingaria. A princípio, Íris teve de se virar sem um centavo dele. Seu primeiro passo foi buscar dicas com Therezinha di Giácomo, consultora veterana de teledramaturgia do SBT. Em seguida, pediu ajuda a uma amiga, a proctologista Hellyangela Águida, que lidava com o grupo de teatro juvenil de uma instituição de ensino cristão da qual Iris também era voluntária, na organização de festas e bazares beneficentes (sua última ocupação antes de se tornar noveleira). A médica ajudou Íris a formar a equipe de sete colaboradores – composta, em sua maioria, de jovens egressos das montagens musicais da escola (onde também estudam os filhos de artistas do SBT como Gugu Liberato e Celso Portiolli).
Na semana passada, VEJA teve acesso a essa "oficina de roteiristas", na definição de Íris. Para facilitar seu trabalho, ela montou o QG em sua casa – mais precisamente, no quarto de Renata, de 23 anos, caçula das quatro filhas dela e de Silvio. "A Re ficou tiririca da vida quando a despejamos", diz. No começo, dava ajuda de custo do próprio bolso a esse pessoal – e, para gastar menos, os convidava para almoçar ali mesmo. Só em agosto passado, três meses depois de iniciada a aventura, é que todos – inclusive Íris – foram contratados pelo SBT. "Como eu nunca aparecia na emissora, me barraram na portaria ao chegar a uma reunião. Agora, é só mostrar o crachá", diz.
Íris recorreu a soluções caseiras para superar a falta de conhecimento em escrever novelas (e também em vê-las: em razão da "falta de tempo" e de suas viagens com Silvio, ela se confessa por fora das produções das concorrentes Globo e Record). As filhas Daniela e Rebeca (que estudaram comunicação e cinema, respectivamente) lhe emprestaram livros teóricos sobre roteiro. Íris buscou ainda uma fonte religiosa para aprender como se faz uma escaleta – jargão para uma espécie de organograma que resume a trama. É uma gravura que mostra a história da humanidade segundo a Bíblia, pendurada na parede de seu escritório. "É o escaletão das Escrituras", diz. Logo se estabeleceu uma divisão de trabalho. A redação das cenas de vilania fica a cargo do sobrinho Raphael Baumgardt ("ele adora tudo o que é do mal"). Já o romance central é com a amiga Rita Valente, professora de matemática que foi convocada para dar uma ajuda com os computadores e acabou virando redatora. "E olha que a Rita nem precisa trabalhar. Ela tem dinheiro, é casada com dono de cartório", observa Íris. A noveleira coordena a patota e faz as cenas cômicas. "Tudo o que eu tento escrever a sério sai engraçado", explica.
Silvio tomou precauções ao embarcar em Revelação. O projeto só entrou em produção depois que certo número de capítulos saiu do forno. E um profissional experiente, Yves Dumont, supervisiona os textos. Já foi até insinuado que seria ele, na verdade, o redator do folhetim. Dumont nega. "As pessoas ainda vão se surpreender com a Íris", diz. Dumont pediu que o número excessivo de personagens fosse reduzido, sugeriu a criação de outros e devolveu ao menos um capítulo a Íris por estar ruim demais.
A mulher de Silvio acredita que sua vocação para contadora de histórias compensa a inexperiência. "Meu pai era artista e eu fazia sucesso com as crianças quando era professora do primário", afirma. Há ainda a credencial conjugal: "Ter um professor de comunicação 24 horas por dia equivale a um doutorado". Íris também se apóia na religião. "Se não fosse pela fé, não teria levado esse desafio adiante", diz. A certa altura, ela se apanhou chorando sozinha. "Eu pensava: ‘Meu Deus, em que roubada me meti’. Mas depois vi que era importante dar a cara a bater", conta. Em tempo: a conversão de Íris a uma igreja evangélica, há dez anos, mudou sua vida – e a da família inteira. "Para o Silvio foi complicado, pois ele achava que estava perdendo o controle da mulher e das filhas. Mas depois viu o bem que a transformação fez para a gente", diz.
Na trama de Revelação cabem temas que vão da pregação contra as drogas à denúncia do autoritarismo (a história se passa numa fictícia "Tirania"). "A novela mostrará que o poder deixa as pessoas caricatas. Eu convivo com isso, né? Cansei de ver os políticos que vêm falar com o Silvio", afirma. Íris mergulhou de corpo e alma no processo criativo. Para conferir realismo a uma personagem mais atirada, por exemplo, fez aulas de ginástica sexual (essencialmente, uma fisioterapia para quem tem incontinência urinária, mas que também pode ajudar no desempenho amoroso, conforme explica Íris). Só não se pergunte à noveleira o que vem a ser a revelação do título. "Sabe que eu ainda não decidi?", informa. Quando o tema é o nome da novela, Íris só tem olhos para outra coisa: o "anel-revelação" que ganhou de Silvio há algumas semanas. O anel tem um brilhante aparente e uma safira oculta, que o dono pode exibir ou não. "Ele me deu por causa da novela. Não é um fofinho?", diz.

Disponível em: www.veja.com.br 01/06/08

Comentário do Grupo:

Nós não sabemos se ficamos tristes ou alegres com está notícia! Já era tempo de alguém dar sinal que está percebendo o "barquinho do SBT" afundar e colocar a "mão na massa" para tentar ajudar a emissora, essa emissora, que faz parte da história da televisão no nosso país e que inovou em muitos sentidos. Mas fica a pergunta: Essa novela feita por "marinheiros" de primeira viagem vai dar certo?. Quantos profissionais no mercado estão a espera de uma oportunidade e a Sra. Abravanel vai lá e pega seus amiguinhos para ajudar, quantos profissionais que tentaram criar e palpitar sobre o rumo do SBT e o Sr. Abravanel não ouviu? Quantos.....quantos........

Claro! Queremos que esse novo empreendimento dê certo pelo bem da emissora mas até mesmo na reportagem da veja lemos nas entrelinhas um deboche velado.